terça-feira, 15 de novembro de 2011

Felix Silva Neto



POEMAS DE FÉLIX SILVA NETO




FLORES DA PRIMAVERA


Nas águas rasas do rio Parnaíba
Este vento espalha flores da vida.
E canto eu cá, com o rosto paíba,
Estando com saudades, ó querida!


Vejo rosas neste campo de abril!
Colho flores de alegria vivida!
Observando este belo orvalho inútil,
Esquecendo-me da vida sofrida.


Eu amo a terra muda e solitária
Que tais anjos deram-me de presente.
É como sentir este vento quente!


Nestes louvores vejo a fantasia
Tentando fugir deste paraíso,
Onde se tem flores em demasia.






ROSAS DESPEDAÇADAS


Rosas branqueadas, desfolhadas,
Insignificantes rosas, pétalas estraçalhadas.
Pálidas rosas, infelizes, despidas,
Rosas mortas, feridas rosas, rosas fedidas.
Rosas caladas, arrepiantes e malditas,
Rosas despedaçadas, miseráveis, bandidas.
Rosa que já foste rosa,
Rosa gemida, tão triste e sofrida!


Hoje tu és uma rosa,
Amanhã rosas pisadas, maltratadas e cuspidas.
Que sofrimento contundente esse!


Amedrontada rosa, desilusão eterna,
Presas nas trevas,
Abandonadas pela própria natureza.





ÓCIO

Precavido sempre eu vejo,
Olho as constelações, o luar
Com um clarão tão branco
Quanto as neves e as neblinas...

Visões passadas com os olhos da mente,
Sentindo a cor do vento,
Saciando a vontade fremente
De beber a água da fonte da vida!

E numa vadiagem terrível
Vivo perambulando na mente,
Com um olhar lancinante
E uma preguiça premeditadamente.

E o que pode ser cabível
Se já não tenho nada,
Apenas um ócio
E uma repreensão que me mata.





OS CANIBAIS DE CRISTO


Todos nós que dizemos cristãos
somos canibais de Cristo
por sua ordem expressa,
pois somente assim nos salvaremos.
Foi Jesus quem disse:
“Comei minha Carne
e Bebei do meu Sangue”.
O pensamento de Jesus Cristo
Para seus grandes fieis...
Somente assim seremos salvos!






BORBOLETAS DE PAPEL

Numa sublime admiração
Fico a contemplar o céu.
Uma pureza em mãos,
Borboletas de papel.


Que imaginação incrível!
Fico a me perguntar:
O que foi isto?
Um clarão surgia do mar.


Borboletas de papel
Surgem do céu
Atrás das púrpuras rosas do Cairo...
E voam entre os jardins de mel
Entre as flores da vida.
Surgem entre as mais queridas flores
As borboletas de papel.

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