segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Roberto Henrique




Soneto da oração.

Jesus, Meu Deus e Meu Senhor, 
Seja pra mim como um barbeiro,
Cubra-me com teu manto o corpo inteiro,
E com a tua bondade me doa teu amor. 

Ponha as tuas mãos sobre a minha cabeça, 
Corte dela o mau pensamento, 
Pinte todo esse branco imenso, 
Para que teu ensinamento eu nunca esqueça. 

Jesus, Meu Deus e Meu Senhor, 
Cuida bem dos barbeiros, na verdade, 
Olha por toda humanidade. 

Olha por este povo trabalhador, 
E pelos vagabundos também, 
Peço-te de coração, amém!


A um amiguinho 

Ei moça, olha só esse bichinho,
Não quer dinheiro, só quer carinho.
Ele não tem preocupação,
É só amor no seu coração.

Ôh rapaz, como pode maltratar o pobrezinho?
Não vê que é você o animal? Tadinho!

Dona, ele não tem ambição,
Só pensa em brincadeira e ração.

Minha senhora,
Ele me adora,
Pensa que sou um rei...
Não sei!

Menina, veja esse olhar,
É tão carente de cativar.

Se toca perua,
Ele não liga pra sua roupa,
Pode ficar nua,
Sei lá, me poupa!

Você intelectual,
Ele é mais inteligente,
É simples e natural,
Não é como a gente.

E você garotinho,
Não sabe de quem eu digo?
Do seu amigo,
O cachorrinho. 



Dona Clotilde 


Lá vem Dona Clotilde, 
Tão inteligente e humilde. 

Bom dia Dona Clotilde, como vai? 
Uma dorzinha aqui e ali, 
Nada de mais, fora isso... 
-Vou bem meu filho, graças a Deus! 

Conte Dona Clotilde 
Alguma história 
Dessa trajetória 
De realidade. 

Será que era bonitona? 
Bem antes de ser uma Dona... 
Quantos corações partiu 
E quantos partiram o seu? 
Diga Dona Clotilde, o que viveu? 

Quais eram as cores 
Do tempo do preto e branco? 
Quais foram as dores 
Que te levaram ao pranto? 

E o céu tinha mais iluminação 
Com menos luzes aqui no chão? 

...

Qual é o segredo 
Pra manter o humor aceso 
E depois de ter vivido tanto 
Ficar na fila do banco 
Pegar ônibus e fazer feira, 
Cuidar da neta arteira, 
Acordar cedo pra ver a missa, 
Será que não sente preguiça? 

Dona Clotilde, velhinha guerreira! 
-Ai minha artrite e essa ladeira. 



Festa das Flores 

Festa das flores, 
Tem festa tem amores. 

A festa das flores 
Com Deus na produção 
Encarregou o céu da iluminação. 

Para a festa das flores 
Todas enfeitadas 
Com pétalas de cores 
Variadas. 

Da festa das flores 
A Rosa saiu chorando, 
Ao ver o Cravo 
Como um escravo 
De um pé de Tango. 

Estiveram presente 
Flox e Copo de Leite 
Na festa das flores, 
Também a Estrelícia 
Com a Hortência 
Visando novos amores. 

E foi nessa festa 
Que o romântico Goivo, 
De Margarida ficou noivo, 
Para a grande emoção 
Do pai, Monsenhor Macarrão, 
Do Girassol, o tio 
E do seu amigo o Lírio. 

O que chamou a atenção 
Do astuto Boca de Leão 
Foi o estilo “fashion” 
De Protea Pin Cushion 
Que só tinha olhos para o sorriso 
Do amarelo Narciso. 

Mas nem tudo foi amor 
Nem tudo teve paixão, 
Afinal as flores também tem decepção, 
E no que se tinha tanta esperança 
Não passou de uma única dança. 

Pobre Palma, 
Caiu na conversa 
De um Tritoma 
Esperto a beça. 

Já se foi a festa das flores 
Foram também os amores 
Com fim da primavera. 

Mas vamos ficar na espera 
Da próxima edição 
Ano que vem, na mesma estação. 

Muito mais festa das flores 
Muito mais flores, mais festa, mais amores. 



Pobre Humano 



A elegância é deselegante com os mais humildes
A simplicidade podia contagiar a humanidade
Um mundo mais fácil, sem decoro, sem etiqueta
Nem muita maquiagem, terno e gravata

Nada melhor que churrasco, samba e cachaça
Depois da mulher com toda sua graça
Pra uma festa assim vou vestido a rigor
Bermuda e chinelo, refrescando o calor

Não seria bem legal
Se o ano todo fosse carnaval?
Essa contagiante alegria
Dos cinco dias de folia

Se a vida tivesse mais fantasia
Menos maldade nas pessoas
Mais amor ao próximo
Menos ambição
Mais políticos
Menos corrupção
Mais cientistas 
Menos doenças
Mais artistas
Menos violência
Mais boas notícias
Menos desgraças
Mais arvores
Menos fumaças
Mais fé e esperança
Menos descrença de mudança
Mais sorrisos de crianças
Menos falsidade
Mais comida
Menos desigualdade
Mais respeito 
Menos preconceito
Mais piadas 
Menos brigas
Mais risadas 
Do que intrigas...

Deixa de se preocupar com coisas fúteis
No fim da vida elas são inúteis
E lembra bem desse ditado:
“O que te parece certo pode estar errado...” 

Um comentário:

Matheus José Mineiro disse...

eita pessol tá qui tá...massa...