terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Poemas de Luz e Sombra


A proposta é da Ana Lucia Souza Cruz:

"Em conversas aqui na Nossa Confraria , num comentário do Alexandre Tavares sobre um poema da Luana Lagreca, em que ele falou que faria um "Loki" para o "Thor" da Luana , me surgiu uma ideia( q acho ótima) de escrevermos sobre Luz e Sombra.Que tal Poetas?"

Abaixo, os resultados de mais este desafio literário:



Thor.

Tens os raios de uma magia transcendente, que elucida os dias...
Estremeceste as minhas certezas... encandeceste as minhas rimas.
Raios de uma força suprema, tornado louco e apressado... trovão!
Toque suave, sorriso de luz... lábios que incendeiam os meus olhos azuis. Tormenta!
Diamante! ...Dominante... dominado?... Apressado, incontido, calado.
Menino quando sorri; homem quando ao meu lado...
Força delicada que dilacera. Que cura, que regenera! Que me deixa a espera... de mais um...
Não entregar-se a ti, isso sim é um pecado... imperdoável!
Pegada indecente, incandescente, confusa e incoerente... irresistível, envolvente!
Sedução, poesia... sorriso, olhar de menino encantado.

...E na inocência daquilo que não se esperava...
Roupas esparramadas pelo caminho...
Jogados (as) no assoalho! No asfalto, num galho de florezinhas delicadas, vermelhas... um raio!
...poeira de estrelas, romance latente, latejante... trovão!
Dois demônios nus em um porão... e é o mesmo que dois anjos nus na imensidão.

Os raios de sol adentraram levemente pela minha janela, acordei.
Confesso, achei que era sonho, mas constatei que um trovão
abaixou-me delicadamente num chão cheio de estrelas e acordou nu ao meu lado!

Por Luana Lagreca



tao


negro e branco
em constante movimento
pura luz alegre
mais triste treva

opostos que se perseguem
que se tentam envolver
onde o olho do frio
é embrião de calor
e no prório corpo do fogo
gela semente de gelo

princípios em oposição
nunca em negação
pois da morte vem a vida
e a vida leva à morte

universo é movimento
movimento, mutação
molde mutante movente
expansão e contração
invólucro envolvido
moto perpétuo

treva triste mais
alegre luz pura
movimento constante
branco e negro

Renato de Mattos Motta




Duo.

Puro reflexo do meu ser
É a você que vejo em cada instante
É a você que esmurro numa luta do não querer.
O Ser esse maldito-bendito
O Santo -profano
O Profano-santo.
Essa simbiose performática
Que na luta se faz Uno...
Que inebria em seu belo bailar
Num jogo eterno do co-habitar.
Tentei viver sem ti minha mágica sombra
Mas enfim entendi...
Que sem Ser você não sou o Não Ser.

Ana Lucia Souza Cruz



Peleja ambulante

Vem sem pretensão
a luz que ofusca os olhos
clareia a vida sem cor
fazendo com que a dor se vá.

Compassado vem adiras...
sua ausência...
dilatando a pupila,
aumentando a visão.

O belo se faz lindo,
a noite se faz dia,
o sonho se faz magia,
sem fronteiras aqui.

Barragem, parada,
a voz embargada,
sem medo de nada
que corria é podada.

Duelo sem fim
travado desde sempre
Mefistófeles da gente
ora dia, ora noite vida real.

Rodolfo Andrade




Metade! Avesso de mim.
Dois lados me seduz...
...Flor ambígua. Jasmim...
Metade! Escuridão e luz!

Lua sem sombra. Sol é treva!
Metade que grita: Emoção...
E de novo eu travei uma guerra
entre Ela e a calada Razão.

De mim, oposto fardo.
Olhar é serpente...
Calmamente apressado...
E mudo de repente, já mudei de lado!

Razão indolente.
Emoção sem freio.
Emoção inconsequente.
Razão que me corta ao meio.

Em mim mora outra metade,
que e o oposto da uma...
Lado de densa racionalidade,
outro de ardente loucura.

Grita em mim e duela...
...Nessa arena, novo e velho...
Duas titãs, uma bela...
Brigando em frente ao espelho!

Luana Lagreca

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