segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

DECRETO DA CONFRARIA DA POESIA INFORMAL PARA 2012


Seguindo uma publicação do Matheus José Mineiro, e assumindo o formato de Decreto dos Estatutos do Homem de Thiago de Mello, Catarina Maul propôs o primeiro desafio de 2012 - a produção deste Decreto.
Ana Lúcia Souza Cruz fez o favor de compilar os textos mantendo as autorias e suprimir os comentários que não faziam parte da obra

Para ilustrar me apropriei de 2 trabalhos pegos da internet de meu amigo e mestre de desenho Fernando Baril , o primeiro sem título e o segundo chamado the last before last temptation of christ .

RMM


I

Fica decretado que em 2012 a poesia será livre
poderá vestir-se como quiser ,e
terá carteira vip para entrar em qualquer evento ou salão,
não necessitando de prévio agendamento ou indicação.

(Catarina Maul)


II

*Artigo bolinhazero
Fica proibido usar açúcar cristal
Em território brasileiro
Sem pensar na doçura da sua vida.

Artigo zerobolinhazero
Fica proibido chupar manga-ubá
Em território brasileiro
Sem lambuzar a pele dos seus dias.

Artigo zerozé
Não descasque batatas
Apartir dos 20 anos de idade
Sobre pena de sua vida virar um purê.

(Matheus José Mineiro)


III

Fica decretado
que tudo o que é bom será citado
seja poeta ou artista
todo o autor será corretamente nomeado!

§ PARÁGRAFO ÚNICO
poesia pode ser mista,
por isto,
a intertextualidade será respeitada
e até mesmo desejada

(Renato De Mattos Motta)


IV

Fica decretado
Não importa o seu estado,
Mesmos que tenha sido exilado,
Pelas fronteiras do mundão à fora,
Chegou a hora, é agora...
Não importa a sua raça,
Se és reservado ou da massa,
Não importa sua condição social,
Fica decretado que ser diferente é ser normal...
Não importa sua religião,
Pois o cara lá de cima há tempos decretou...
Somos todos irmãos!

(Felipe Quirino)


V

Fica aqui decretada
A necessidade da cidade
manter espaço pras flores
que nas ruas o perfume da verdade
te acompanhe aonde fores!

(Renato De Mattos Motta)


VI

Fica Decretado

Quando um poeta partir,
o povo deve sorrir
ouvindo alguém declamar
o que ele em vida escreveu.
Se o mundo, esnobe, não leu,
não vale a pena chorar.

(Gilson Faustino Maia)


VII

Fica decretado,
de forma irrevogável

que quando um poeta partir
a poesia permaneça
no coração das pessoas

(Renato De Mattos Motta)


VIII


§ PARÁGRAFO ÚNICO
Cristal na sua vida, Manga-ubá nos seus dias
Batatas virarão purês, suflês, fritas e sauté
Todos serão citados e misticamente respeitados
O nosso estado (poema) correrá mundão afora
A raça das massas das flores no seu perfume
será nossa Patente nessa vida eloquente.

(Ana Lúcia Souza Cruz)


IX

Fica decretado que amar aqui é condição,
é ferramenta de trabalho,
pois poeta que não ama,
Tá FORA DA CONFRARIA

(Rodolfo Andrade)


X


Não acredito em regra,
Decreto ou norma legal.
Tutelado pelo que alegra
Vivo como um chacal

Faço tudo que me permito
Mesmo se não for permitido.
Pois juri nenhum tem gabarito
Para me dar um veredito

Vivo à margem de um rio de sonho
Mergulhar profundo eu me proponho
Na tentativa de encontrar a´plenitude

Não vivo neste deserto medonho
Que transformou-se o mundo enfadonho
Dos submissos à virtude.

(Alexandre Tavares)


XI

Fica decretado o fim de toda folha branca, pálida e calada
Que de tão ausênte já não diz mais nada...
E que ao usar as folhas brancas ou as telas nuas...
O poeta, o faça com avidez...
Escreva muitas e mais palavras,
trazendo assim, rubor a toda e qualquer palidez.

(Paulo Roberto Cunha)



XII


Que o sorriso de uma criança
espalhe a Poesia
pelo mundo.

(Edweine Loureiro)

§ PARÁGRAFO 1
Que as crianças possam sempre sorrir.

(Gilson Faustino Maia)

§ PARÁGRAFO 2

Que nenhum adulto, sob qualquer título, tenha direito de roubar o sorriso de uma criança.

(Catarina Maul)







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