segunda-feira, 22 de outubro de 2012

CRIANÇAS


Como tudo na nossa Confraria da Poesia Informal vira poesia, nosso querido poeta do Japão Edweine Loureiro, propôs aos nossos Confrades que falássemos do Dia das Crianças... Assim, fica registrada aqui a nossa arte através da nossa singela homenagem a todas as crianças de todas as idades. 
Ser poesia é ser eternamente criança! 
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DEVER DE CRIANÇA

É brincar...
É imaginar...
E fazer lambança...

Vender bala,
Cortar cana,
Ou levar bala,
E entrar em cana,
Nada disto
É dever de criança.

Edweine Loureiro - Japão

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A ESTRELINHA SONHADORA

Sete luas iluminadas,
sete luas encantadas,
vinham descendo por uma escada
todinha de nuvens enfeitada.

A primeira, tão tristinha,
tinha os olhos rasos d'água;

A segunda, bem falante,
tropeçava nas palavras;

A terceira, muito alegre,
tanto ria que engasgava;

A quarta era cantora,
e que melodias inventava!

A quinta, bailarina,
parecia que voava;

A sexta era sisuda,
muito séria e recatada;

E a sétima, pequenina, tão branquinha,
tão miúda, quase nem iluminava.

Usava um sapatinho azul
e um vestidinho de laço, e fita.

Era, dentre suas irmãs,
com certeza a mais bonita.

Mas guardava um segredinho,
que a punha muito aflita
(Psssiu, falem baixinho...):

é que ela era uma estrelinha
que sonhava em ser artista.

 - Pero Vás

João Antônio Pereira – Porto Alegre / RS

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Ter um giz quadro negro
Na mão.
Fazer o que diz integro
No coração.
Guardar sua canção
Numa força motriz!
Passar o perigo,
Escapar por um triz.
Os ritos não se apagam
Quando existe a brincadeira,
Quando não se senta
Na dança da cadeira.
O pior é perder a imaginação
O pior é não saber trançar
As lembranças ou não ter nenhuma citação de memória
Do que viveu descendo a ladeira a mil por precipitação
Quem viu os mágicos sumindo as cartas
Trocarem os naipes
O rei virar rainha
A costura do sonho
Virar bainha de medo
Quem viu ou ouviu
Uma criança estranha
Com jeitos hippies
Alegre por que não serviu a nenhum modelo de pais e mães,
Apenas modulou no que tinha no seu coração.

Fernando Sousa Andrade – Rio de Janeiro / RJ

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Infância

Subia e descia em árvores
Corria pelo pomar
Rolava na grama, gargalhava, sonhava...
Sonhava com os contos de fada... com o príncipe encantado!
E sonhava também com a tal maturidade...
Um dia, ela chegou
junto vieram ensinamentos e muitas obrigações...

A vida ficou pesada!
Quase arrastada!

Onde estão os pomares e os banhos de mangueira?
O cheiro do mato molhado?
A fruta pegada no pé?
Fugiu também o príncipe encantado
E sapos viraram os donos do nosso coração.

A Infância não deixa apenas saudade
junto com ela vão-se também as ilusões!

Fernanda Forster – Petrópolis / RJ

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A menina que existe!

Para que lugar distante
Fugiu aquela menina
Que acreditava em fadas
E viajava nas asas
Leves da Literatura?
Em que endereço tão longe
Agora se esconde a menina
Que era heroína e santa
No auge da sua bravura?

Para que planeta foi ela
Com sua alma inquieta
E seu poder de mudar a história?
Onde hoje ela se encontra
Com seus versos corajosos
Seus discursos inflamados...
Perdeu-se ou achou-se em sua trajetória?

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Essa menina cresceu
Vive em meu coração
Protegida do tufão
A que chamamos maturidade.
E dentro de mim ela existe
Envolta em cores e sons
Envolva em sonhos e tons
Ela vive em liberdade.

Enquanto a menina sonha
Eu sigo abrindo o caminho
Em nome da nossa verdade!

Catarina Maul – Petrópolis / RJ

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Precisa-se de uma criança.

Precisa-se de uma criança
que sempre sorria,
que nunca seja triste
e que goste de chocolate.

Precisa-se de uma criança
que goste da lua,
que sonhe com o hoje,
que goste de Vinícius e também do Raul.

Precisa-se de uma criança
consciente e autoritária,
sensível e protetora,
alegre que saiba alegrar.

Precisa-se de uma criança
que esteja pronta para amar,
ouvinte e companheira,
que tenha no íntimo o perdão.

Precisa-se de uma criança
que viva intensamente,
que seja o “ideal”,
que tenha virtudes e defeitos.

Precisa-se de uma criança
livre de preconceitos,
pura,
sensível.

PRECISA-SE....

Rodolfo Andrade – Petrópolis / RJ
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Há uns três anos atrás, Uma menina de onze anos, chamada Malala Yousufzai, enfrentou os Talibãs pra defender o direito de ir à escola. Suas ideias foram parar na internet e encantou o mundo com sua coragem. Há uma semana, ela sofreu um atentado e está entre a vida e a morte. Fiz um poema em sua homenagem...

Sonho de menina

Menina morena
Guerreira menina
De corpo franzino
Olhos profundos e amendoados
Não desistas dos teus sonhos...
Sonhos tão simples e tão desejados
Sonho de andar nas ruas sem medo
Sonho de usar uniforme escolar
Sonho de ir ao cinema
Sonho de cultivar a alegria e a meninice
Soltando pipas ao vento
E histórias no ar
Sonho de ter sonhos para o futuro
Futuro tão incerto...
Sonho de aprender coisas boas dos livros
De estudar
Pra médica se tornar
E transformar o destino
Que esses loucos insistem em controlar
Mutilando sonhos
Matando a vida de inocentes
Com essa ideologia distorcida
Mas...mal sabe eles que tua força mobiliza o mundo
E está na torcida pela sua saúde
Ès uma flor de esperança no meio deste deserto de aflições
Volte menina!
Volte pra vida e continue sua jornada tão bonita.

Jane Marques – Petrópolis / RJ

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Ser Criança

Criança em flor
Que brinca
Que brilha
Reflete na alma
Vida sem fim
Espera do mundo
Encantos
Sem prantos...

Criança sem dor
Que tem cor
É puro vapor
Remete no riso
No olhar o frescor
Repete que dias melhores virão
Que sonhos sonhados
Serão realizados
Que a vida
Prá elas será
Toda pura
Pura de amor...

Claudia Marinho – Petrópolis / RJ

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Sou eu
Essa criança só faz lambança,
Cheia de esperança,
Não sai da lembrança...
Essa criança que hoje é adulta,
Sou eu...
Continuo a fazer lambança,
Mas assumo minha culpa...
Sou eu...
Mas mantenho a esperança,
Com perseverança...
E fé em Deus...

Felipe Quirino – Rio de Janeiro / RJ


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Um comentário:

edweinels disse...

E Viva este mundo tao lindo e de tantos sonhos: traduzidos no sorriso de uma crianca.