sexta-feira, 12 de julho de 2013

Inverno

O inverno inspira os poetas da CPI depois de se tornar o novo desafio


Rumo ao sol
pra aquecer 
o frio
que por hora
me corta a pena

sentí-lo 
em mim
como fogo 
que forja
ideias

calor
que me fará
transpirar
o medo
desse inverno

que sopra
assustadoramente
sobre minha
frágil e efêmera
inspiração

Alex Avena
Petrópolis - RJ
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Miniconto

Caminhando pelas ruas ‘’brumicas’’ da cidade, ia... 
Condensando sonhos e paixões no pulsar do ventre, ardia...

Ana Lucia Souza Cruz
Campos dos Goytacazes - RJ
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Tempo Frio 

O vento frio que me sopra a face quis que eu me desesperasse. 
A gota de gelo mais paralítica faz-me escorrer nas bochechas, a verdade que o frio me traz.
Trazendo-me coisas que o vento soprou pra longe, o carregado tempo que corre pra quem ainda se esconde. 
Tempo, tempo, tempo. O tempo é frio. O tempo não tem pena de te congelar. 
Perdem-se aqueles que não conseguem se aquecer. 
E pra não me perder, vou abraçar-te e do tempo frio esquecer.

Bia Lima
Petrópolis - RJ
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Meu frio

O frio chega – assovia
Espia pela janela
Inverno congela
Longe dos braços dela
Pinhão na panela
Amor que espera
Longe de sua quimera

Esperança – não esfria
Mesmo sem os olhos dela
Mesmo que o inverno apele
Mesmo que a quimera voe
E que o pinhão 
Queime na panela
Sonho com os braços dela

Carlos Eugenio Vilarinho Fortes
Palmeira das Missões - RS
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Miniconto

Ela gargalhava do inverno lá fora, enquanto, sob seu edredom, 
acompanhada, morria em vulcão.

Catarina Maul 
Petrópolis - RJ
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Nas Noites de inverno

Deitado, no escuro
Escuto a chuva cair.
O vento cantar.
Noite de inverno,
Sob a luz dançante das velas
Meus pensamentos põem-se a voar.
Deitado no escuro,
Meu corpo repousa.
Mas não estou no mesmo lugar.
Navego num mar profundo.
Um Timoneiro sem rumo
No oceano do pensar.

Daniel Kleiz
Petrópolis - RJ 
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Dias de hibernar

Inverno: frio... Chuva...
Hora de resgatar cachecol, luva
Botas, casacos... Pura elegância!
E neste quesito, já tenho vivência.
Bom seria não ter que sair.
Ficar em casa, me divertir
Com ar condicionado ou aquecedor
Chazinho quente ao meu dispor.
Acabar com a caixa de trufas,
Só andar com minhas pantufas,
Ver televisão comendo pipoca,
Quentinha, sem sair "da toca".
Retomar aquela leitura
Ah, que vida dura...
Confortável enrolada numa manta,
Sopa quentinha na janta.
E pro dia terminar com primor:
Dormir aninhada, depois de fazer amor...

Elciana Goedert (Ciça)
Curitiba - PR
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Uma chuva fina caía insistente através da vidraça, ela esperava o portão 
se abrir, para abrir também seu coração.

Fernanda Forster
Petrópolis - RJ
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Invernada

O inverno...

Essa temporada
Que dá férias ao calor
E que nos faz buscar
O aconchego do cobertor!

Um café ou chá quentes
O escalda-pé ou aspirina
O inverno nos deixa dormentes
Apegados à cama, é sina.

Ainda que o frio lá fora
Embace o vidro e a alma
O sereno fino cai e chora
A solidão da noite calma.

No termômetro: grau negativo
O nevoeiro lá fora anuncia:
Não há nada mais convidativo
Que vinho em boa companhia.

Giancarlo Kind Schmid
Petrópolis - RJ
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Ausência de calor

Choram meus ossos, triste é este inverno
e a ausência do calor dos braços teus.
Aquele olhar tristonho e aquele adeus
transformaram meu mundo em grande inferno.

Eu tento disfarçar, mas lá interno,
no fundo, bem no fundo, aos sonhos meus
é difícil viver, fugir dos breus
que invadiram meu peito humilde e terno. 

Assim é a vida, as sombras do caminho
procurando impedir o caminhar
do poeta que, mesmo em desalinho,

busca forças, procura acrescentar
uma dose maior do seu carinho
nos versos que consegue recitar. 


Gilson Faustino Maia
Petrópolis - RJ
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Miséria

Onde estará meu irmão,
dormindo sobre a calçada?
Com a alma congelada
e eu aqui no meu colchão!

Qual seria a solução? 
Ou, talvez, não tenha nada,
nenhuma ideia formada,
que resolva essa questão!

A vida, assim, não tem graça...
Enche a cara de cachaça
para suportar o inverno.

A amargura no semblante
e o mundo passa distante
pra não ver aquele inferno.


Gilson Faustino Maia
Petrópolis - RJ
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Doce pretensão

O torpor na embriaguez
Tira o sono,
Mata os sonhos,
Rouba a alma
E a leva para o inferno de si mesma...
Inferno, onde o inverno se faz presente
Premente, congelando o coração...
Ah! Pudesse eu, com meu carinho
Derreter esse coração entorpecido
E trazer de volta
A sanidade e a serenidade
Para o seu caminho
Doce pretensão a minha, pois não?


Jane Marques
Petrópolis - RJ
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Inverno

Não é o frio que congela os ossos.
Inverno não é prisão,
Medo,
Fuga.
Inverno...
Inverno é o inverso,
Calor,
Quebra,
Imagem.
Inverno, transformação que
Renova a alma.
Inverno tão quente
Como o frio que toca o corpo.
Magia louca,
Elegância,
Tudo belo.
Inverno...
Neblina
Que acende
Seus olhos.
Sede,
Caminho
Novo.


JG Poeta da Alma
São Paulo - SP
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Miniconto

A companheira morreu de frio, eu, de paixão, e a rosa, de amor, pura ilusão!

Jorge Guimarães
Campos dos Goytacazes - RJ
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Pétalas de pedra

Depois de tanto riso e derramadas juras
Na última e febril borrasca de verão
Um vento traz enfim o outono e a solidão
E sopra penetrante a lança da amargura

Veneno que corrói sem dó nem piedade
Um cálice, não mais, é o justo fel que basta
E o campo mais florido o vento então devasta
Degreda o coração pr’uma prisão sem grades

O inverno cobrirá por ordem do deus Crono
de gelo glacial as flores do abandono
que crescem no jardim sem dono do meu peito

E fósseis que serão, em milenar futuro,
as pétalas de pedra, num buquê tão duro
talvez ainda lembrem um amor-perfeito


Jorge Ricardo Dias
Rio de Janeiro - RJ
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Luciana Cunha
Petrópolis - RJ
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O inverno revela meu lado lobo!

Sou animal de hábitos noturnos, posso ser predador e presa.
O inverno aguça minha visão e olfato, a cada passo me deparo com uma surpresa.

Alimento e sobrevivência, à noite saio para minha caça.
Uma presa fácil do tipo conveniência, vinho degustado em taça.

Lidero minha matilha, lobo de traços fortes e pujantes.
Não me prendo em armadilha, sou caçador de olhos vibrantes.

Nas noites frias de inverno, saio pelo mato, guiado pelo instinto.
Sou um caçador moderno, vaguear noite a dentro me deixa faminto.

Ser caçador ou caça, alvo fácil de mulher fatal.
Dualidade que me embaraça, posso ser vítima contrariando meu ser animal.


Luís Antônio Santos 
São João del Rei - MG
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Miniconto

Na noite fria de inverno eles se amaram por toda a madrugada e, ao amanhecer, 
exauridos, se entregaram ao sono...

Luiz Santos 
Rio de Janeiro - RJ
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Primeiros dias de inverno


São os primeiros dias nesse inverno
que chegam para aquecer corações
de fazer estoques de doces e ilusões
e fazer desse mundo algo eterno

ao encontrar aqueles velhos amigos
nós revivemos em nossas emoções 
retidas nos outros repetidos verões
hora de pegar os agasalhos antigos

num clima que todos adoram
ficamos assim a tarde inteira
deitados em frente a uma lareira
são tantas paixões que afloram

fugindo das confusões do mundo moderno
reunidos com um bom vinho e boa mesa
nós teremos luz apagada e vela acesa
como fica tão gostoso esse inicio de inverno


Luizão Bernardo & Silvana Gomes
Seropédica - RJ / Campos - RJ
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Neves Outonais
-Um encontro impossível-

A paisagem é branca e úmida,
pois há flocos de neve lá fora.
Raras flores e folhas secas caídas 
enfeitam o inverno
que, aos poucos, se anuncia.
Estou agasalhada e o calor do vagão me aquece
nesta viagem em busca de mim mesma.
Penetro num mundo até então desconhecido.
Onde está o mistério: lá fora ou aqui dentro comigo?
Que barulho é este que me tira do abandono
de estar somente com meus sentimentos?
Curva após curva, sinto o vento gélido, que vem da porta aberta.
Surpresa, vejo você sentado à minha frente.
Tento falar, mas somos estrangeiros com idiomas diferentes.
Nossos olhares então se comunicam,
nos observamos curiosos, levados pelo desejo do encontro.
Você me serve um drink colocado em nossa mesa.
Sorrimos e brindamos em silêncio.
E, extasiada por essa imagem delirante,
volto a adormecer, sozinha, acariciada pelo balanço
serpenteante da Transiberiana.


Maria Do Carmo Bomfim
Rio de Janeiro - RJ
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Garoa fina a cair sobre os paralelos,
Densa névoa fecha as ruas
Por onde passo, a passos largos
Com medo da escuridão.
Caminho com rumo certo,
Mas na incerteza do que
Busco ali, logo à frente
Sigo sem olhar para trás.
Não vale a pena buscar seu
Olhar frio e indeciso
De quem não sabe o que quer.
Prefiro enfrentar o frio do inverno
Do que sofrer com sua indecisão.

Mary_Mariana de Oliveira
Petrópolis /RJ
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Os olhos
Capturam bela imagem
E na friagem que o toma,
Inverno invade...

Paulo Roberto Cunha
Petrópolis - RJ
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Inverno

O tempo lá fora é frio, em meu peito é tão quente.
O vento tem som gelado que esvoaçam os cabelos.
Galhos dançam e se encostam de forma dormente,
E todas as blusas em lãs outrora já foram novelos!

O edredom possui um calor invisível que conforta.
Há uma lareira em meu corpo que o seu só chama.
E quase ouço uma batida delicada em minha porta,
Estação de imaginação que meu eu pelo seu clama.

E lá fora o sol brilha, e a temperatura é carrancuda.
O meu coração, com um ar bobo distante desse frio,
Induz-me a pensamentos tão bons que até arrepio!

Só o tempo lá fora é frio, a minha estação é brasa.
A fumaça expelida pela boca representa um desejo
Do seu corpo, do seu cheiro, seu toque e do beijo!


Raquel Ordones
Uberlândia - MG
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Estação de nós

Da fresta da porta do meu ser,
Senti o raio de sol do teu verão 
Em ardente desejo a me adentrar;
Veio aquecer o inverno de saudades 
Que em mim habitava.
Teci lãs da tua carícia para cobri-me
Com flores da primavera que floriu em nós.

Raquel Ordones 
Uberlândia - MG
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Avesso 

Se na mão 
o frio é intenso
viajo na contramão
você decola...

O sentido é mais forte, 
tem pressão de fervor
desfaz-se o medo 
buscando o ápice 

do gosto sem fim
que torna o início
feroz é propício
a noite de amor

o inverno é magia 
segue seu rumo
a dor docemente
machuca sem doer.


Rodolfo Andrade
Petrópolis - RJ
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Inverno

Seja do norte boreal ou do sul, inverno austral, 
solstício, equinócio de primavera.
Na verdade, uma mudança de estação tão natural,
em que vidas se aquecem à beira de uma fogueira.

Lindos flocos como cristais formam a geada,
manto alvo que se queda sobre a relva abundante.
Nas folhagens, mini esculturas lembram lágrimas congeladas
que ao sol se liquefazem, em um lance, em um só instante.

Pássaros migram, sentimentos se afloram
as noites tornam-se mais longas do que o dia.
Frio, café quente, amantes que se aconchegam.
Inverno, uma estação regada à fondue e poesia. 


Rogéria Reis 
Rio de Janeiro - RJ
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Porque sinto frio

Entre as três estações destas posses,
Ele abusa e ocupa logo duas.
Tempo que se sente e arde nos ossos, 
Que recolhe e encolhe a gente. 

Não passaria sã por mais um destes
Sem a imagem solar de tua carne,
Sem conhecer a luz dos teus dentes...

Talvez também por isso tremo 
Ao traçar sem luvas estas mal trovadas linhas,
A ti, 
Meu doce amor de inverno.


Sandra Vissotto
Petrópolis - RJ
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Numa noite de inverno

Me- deu uma vontade de
Beber chocolate quente
Como tinha acabado fui
à padaria para comprar.
Quando estava voltando
Encontrei no meio do
Caminho uma moça que
Estava tremendo de frio.
Imediatamente tirei o
Meu paletó e coloquei
No ombro dela e começamos
A dialogar e o papo foi
Ficando tão bom que
Até a convidei para
Tomar uma xícara de
Chocolate quente na
Minha casa.
Como estava numa
Noite de inverno então
Ela aceitou o meu convide
Para tomar uma xícara
De chocolate comigo.
Desse clima de inverno
Saiu um beijo que uniu
Os nossos corações.
De tal forma que posso
Dizer que foi a melhor
Noite de inverno que já
Passei na minha vida toda.

Alan Bastos Lima
Petrópolis-RJ
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...Ela caminhava... Sentia todo o frio cortar-lhe a alma. Catava pelo 
caminho o que a neblina lhe permitia ver.

Ana Lucia Souza Cruz
Campos dos Goytacazes - RJ
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A geada nos meus olhos

O meu olhar acolhe esta pintura,
O vasto choro seco da geada.
E a moldura dos olhos tão cansados
Protege a paisagem congelada.

Como não sei pintar a paisagem,
Pintar o choro seco da geada,
Eu deixo que ela esfrie o coração,
Fotografando a vida congelada.

Deixando-a congelada nesta vista,
No vasto choro seco da geada,
Pois sei que, embaixo dela, ainda está
Não a morte, mas a vida congelada.

Baron André De Castro de Sealand
Viamão - RS
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Haicai

No varal, cobertas,
Como senhoras, acenam
Ao menino inverno.

Baron André De Castro de Sealand
Viamão - RS
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Fortes e imponentes!

Colho as flores da primavera
No ar gélido do inverno
Quando as hastes rígidas
Parecem quebrar-se
Ao serem fustigadas, ferozmente,
Pelos ventos galopantes

Elas vergam-se, mas é só!

Demonstram sua imponência
Erguendo-se altaneiras
Sobrepondo-se as intempéries

Da terra sugam a vitalidade
E do ar, por mais frio que seja,
Alimentam-se e aquietam-se majestosas

Cleide Jean
Rio de Janeiro - RJ
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O que era puro fogo,
De repente, abrandou.
Já não há o diálogo... 
Tanto amor apagou?

Relação desgastada...
Sem o combustível,
Final da temporada...
Foi imperceptível?

De súbito escureceu... 
Um gélido silêncio...
E no meio do breu,
Só um olhar frio.

Corpos distantes...
Chorar é em vão...
Rumos dissonantes.
Inverno no coração!

Elciana Goedert (Ciça)
Curitiba - PR
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Sangue frio

Apesar do sol a pino
O olhar era gélido
Da rainha do inverno

Caminhava sem paixão
Até surgir em seu destino
Um encantador menino

Desejou-o tanto que o matou!
A fim de continuar gélida
Sem o calor do amor.

Leila Maria
Cruz Das Almas - BA
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Perdas do Inverno

Tenho reparado que é no Inverno
que passo mais "frio"
e que de alguma forma
minha vida fica mais seca.

Sempre no Inverno,
eu fico sem algum abraço.
Sempre perco algum amor
e a boca fica resseca sem beijos.

Talvez, a minha vida 
seja regida pelas estações do ano.
Se for isso...
Eu não vejo a hora da Primavera chegar,
porque todo esse frio está doendo demais.

Helô Strega
Petrópolis - RJ
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Inverno em Petrópolis

Nesse inverno rigoroso
em plena madrugada
me encontrei rimando
numa estória enrolada

Esse poeta Rodolfo Andrade
dormiu e estava a sonhar
foi encontrado sonâmbulo
escrevendo num frio bar

Silvana Gomes passou por perto
com um caderno na mão
Alex Avena parou pra olhar
Gilson Maia levou um violão

Rodolfo mesmo dormindo
escreveu uma canção
Elciana Goedert batucava rindo
Giancarlo Kind Schmid na percussão

Raquel Ordones a mineirinha
estava cantando o refrão
-Para tudo confraria!!!
Onde está o Luizão?

eu estava ali pertinho
com uma Bohemia na mão
escrevendo estes versos
e rindo da confusão

Luizão Bernardo
Seropédica - RJ
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Na última vez, meu amigo
Que misturamos nossos olhares sombrios
Fez a pele gritar em arrepio
A alegria da carne com o frio.

Nos sons dos teus últimos uivos
Que caminharam pelos ventos
Senti, preso em invólucros,
a decrepitude do tempo

Nos murmúrios do teu retorno
E na inexorável beleza do teu corpo
Orvalham labirintos de cristais
Banhados nas luzes elementais.

Na volúpia da tua audácia
Adentra o salão com total empáfia
Estufa o peito, congela o inferno
Cores que pintam o inverno.

Otávio Palmeira
Petrópolis - RJ
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Entardecer

No frio da tarde... 
os pensamentos viajam
entrelaçados a imagem da beleza,
marcando o gosto do sentimento pulsante,
que preso se faz solto no delírio
conjecturas da vida,
profanas que são latentes,
sofridas na mente carente
buscando somente a vida.

Rodolfo Andrade
Petrópolis - RJ
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Um comentário:

Raquel Ordones disse...

espaço show!! parabéns!